“Me chamem de velha”. Diz Eliane Brum em excelente Artigo na revista Época

Semana passada, pleno carnaval rolando pelas ruas de Lauro de Freitas e Salvador e, naqueles momentos que usamos para relaxar do corre corre da folia, acabei me deparando com a indicação de um texto, por parte de um dos meus amigos do Facebook, da premiada Jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum, com o título “Me chamem de velha – A velhice sofreu uma cirurgia plástica na linguagem.”, publicada na revista época do Sistema Globo.

Não posso deixar de agradecer a cada um (a) destes meus amigos e amigas das redes sociais, pela oportunidade cotidiana de compartilhar informações e conhecimentos, fazendo desta relação aparentementemente virtual, uma mais que concreta e real experiência de aprendizado diário.

Autora de um romance “Uma Duas” (LeYa) – e de três livros de reportagem: “Coluna Prestes – O Avesso da Lenda” (Artes e Ofícios), “A Vida Que Ninguém Vê” (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e “O Olho da Rua” (Globo), eliane Brum é co-diretora de dois documentários: “Uma História Severina” e “Gretchen Filme Estrada”.

Como não viajar no texto de eliane e não se perceber integrante de uma sociedade, que a cada momento parece apenas se imaginar eternamente jovem? como não se imaginar vítima da discriminação e do tratamento grosseiro e desprovido de gentileza com os mais velhos?

Diz Eliane Brum no início do seu texto:

elianebrum@uol.com.br @brumelianebrum

“Na semana passada, sugeri a uma pessoa próxima que trocasse a palavra “idosas” por “velhas” em um texto. E fui informada de que era impossível, porque as pessoas sobre as quais ela escrevia se recusavam a ser chamadas de “velhas”: só aceitavam ser “idosas”. Pensei: “roubaram a velhice”. As palavras escolhidas – e mais ainda as que escapam – dizem muito, como Freud já nos alertou há mais de um século. Se testemunhamos uma epidemia de cirurgias plásticas na tentativa da juventude para sempre (até a morte), é óbvio esperar que a língua seja atingida pela mesma ânsia. Acho que “idoso” é uma palavra “fotoshopada” – ou talvez um lifting completo na palavra “velho”. E saio aqui em defesa do “velho” – a palavra e o ser/estar de um tempo que, se tivermos sorte, chegará para todos.”

Acesse a íntegra do artigo de Eliane Brum no link abaixo:

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/02/me-chamem-de-velha.html

aí está, amigos e amigas, que nos honram em visitar o nosso blog, um texto que recomendamos alegremente a sua leitura, não apenas por sua propriedade, mas principalmente, pela consistência perfeita de seus argumentos. Parabéns e obrigado Eliane.

Apio Vinagre Nascimento

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2 respostas para “Me chamem de velha”. Diz Eliane Brum em excelente Artigo na revista Época

  1. Esechias Araújo Lima disse:

    Romper o invólucro idêntico das palavras, reinventá-las, costurá-las de tal modo a fazê-las novas, desfazê-las diria. É assim que Eliane desenha seu texto. Que pena que, somente hoje, recebi de uma pessoa amiga um artigo dessa extraordinária escritora. Não é à toa que se ganham 40 prêmios. Também não se passa incólume pelos textos dessa moça (não se zanque comigo, Eliane, mas vou tratá-la de moça, posto que o é). Talvez assine a Época só para ler seus artigos. Parabéns, Eliane.
    Esechias
    Vitória da Conqusita (BA)

  2. Náira Wettorato Michel disse:

    Li todos os livros dela. Acho-a melhor jornalista do que romancista. O “Uma, Duas” me encomodou um bocado e desisti dele.
    “O Olho da Rua”, “A Vida Que Ninguém Vê” e a sua participação no “Dignidade” relatando casos com diversos pares (Llosa, inclusive) é um tratado sobre o sofrimento em face de Os Médicos Sem Fronteiras. Seus artigos me perpassam tal qual flechas.
    Ela consegue, através da escrita, redimensionar a minha capacidade de “ser humano”.
    Eliane – que bom que você existe e escreve!
    Náira.

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