Arquivo do mês: janeiro 2007

Ser Poeta

Ser Poeta (Florbela Espanca) Ser poeta é ser mais alto, é ser maiorDo que os homens! Morder como quem beija!É ser mendigo e dar como quem sejaRei do Reino de Aquém e de Além Dor!É ter de mil desejos o … Continuar lendo

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AOS VÍCIOS

AOS VÍCIOS   Eu sou aquele que os passados anos Cantei na minha lira maldizente Torpezas do Brasil, vícios e enganos.   E bem que os descantei bastantemente, Canto segunda vez na mesma lira O mesmo assunto em plectro diferente. … Continuar lendo

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VOZES D’ÁFRICA

VOZES D’ÁFRICA DEUS! ó Deus! onde estás que não respondes?Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondesEmbuçado nos céus?Há dois mil anos te mandei meu grito,Que embalde desde então corre o infinito…Onde estás, Senhor Deus?… Qual Prometeu tu me amarraste um … Continuar lendo

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Ao Governador Antônio de Sousa de Meneses, chamado vulgarmente o “Braço de Prata”

Ao Governador Antônio de Sousa de Meneses, chamado vulgarmente o "Braço de Prata"   Sôr Antônio. de Sousa de Meneses, Quem sobe ao alta lugar, que não merece, Homem sobe, asno vai, burro parece, Que a subir é desgraça muitas … Continuar lendo

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SEGUES

SEGUES   Persegue tua sina doce menina canto com o olhar, você se extasia sigo teus passos na areia fina, recito teu nome em negras poesias   Persegues o rosto preto, meu negro sorriso olhares escuros, corpos maduros lábios molhados, … Continuar lendo

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A Vida

A Vida (Florbela Espanca) É vão o amor, o ódio, ou o desdém;Inútil o desejo e o sentimento…Lançar um grande amor aos pés de alguémO mesmo é que lançar flores ao vento! Todos somos no mundo" Pedro Sem",Uma alegria é … Continuar lendo

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O NAVIO NEGREIRO

  TRAGÉDIA NO MAR 1a. ‘STAMOS em pleno mar… Doudo no espaçoBrinca o luar — doirada borboleta —E as vagas após ele correm… cansamComo turba de infantes inquieta. ‘Stamos em pleno mar… Do firmamentoOs astros saltam como espumas de ouro…O … Continuar lendo

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Aos afetos e lágrimas derramadas na ausência da Dama a quem queria bem

Aos afetos e lágrimas derramadas na ausência da Dama a quem queria bem   Ardor em firme coração nascido; Pranto por belos olhos derramado; Incêndio em mares de água disfarçado; Rio de neve em fogo convertidos:   Tu, que em … Continuar lendo

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CORDIAIS

CORDIAIS   Violam o eu do negro matam seus poemas, mas ficam as idéias amargas de concreto.   Servis deturpam o papel cúmplices no horror com alvas mentalidades coitaram a razão.   Grito em minha negra dor neofascistas de aluguel … Continuar lendo

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Súplica

Súplica (Florbela Espanca) Olha pra mim, amor, olha pra mim;Meus olhos andam doidos por te olhar!Cega-me com o brilho de teus olhosQue cega ando eu há muito por te amar. O meu colo é arrninho imaculadoDuma brancura casta que entontece;Tua … Continuar lendo

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A QUEIMADA

A QUEIMADA MEU NOBRE perdigueiro! vem comigo.Vamos a sós, meu corajoso amigo,Pelos ermos vagar!Vamos lá dos gerais, que o vento açoita,Dos verdes capinais n’agreste moitaA perdiz levantar!… Mas não!… Pousa a cabeça em meus joelhos…Aqui, meu cão!… Já de listrões … Continuar lendo

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A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR

A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR   Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado.   Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos … Continuar lendo

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HINO AO SONO

HINO AO SONO Ó SONO! ó noivo pálidoDas noites perfumosas,Que um chão de nebulosasTrilhas pela amplidão!Em vez de verdes pâmpanos,Na branca fronte enrolasAs lânguidas papoulas,Que agita a viração. Nas horas solitárias,Em que vagueia a lua,E lava a planta nuaNa onda … Continuar lendo

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ser + Ser

ser + Ser   Como ser o negro mais esclarecido sem ressuscitar o ser Castro Alves na negritude à sombra desiludida a esperar nascer que a morte salve,   nesse retumbar letárgico de lírios a sepultar o negro X ativista, … Continuar lendo

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A Mulher

A Mulher Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!Como sabes ser doce e desgraçada!Como sabes fingir quando em teu peitoA tua alma se estorce amargurada! Quantas morrem saudosa duma imagem.Adorada que amaram doidamente!Quantas e quantas almas endoidecem Enquanto … Continuar lendo

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OS ESTATUTOS DO HOMEM

OS ESTATUTOS DO HOMEM   Poema que escrevi em 1964, em protesto contra o terror da ditadura militar. É dedicado a Car/os Heitor Cony     Artigo I.   Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a … Continuar lendo

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SONETO

SONETO   Meu Deus, que estais pendente de um madeiro, Em cuja lei protesto de viver, Em cuja santa lei hei de morrer Animoso, constante, firme, e inteiro.   Neste lance, por ser o derradeiro, Pois vejo a minha vida … Continuar lendo

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PRAZER

  PRAZER   Seu rosto reflete as marcas da vida distância medida em nossos aromas mentiras sem falas, perna e esperma.   Traça um rastro no corpo esvaecido espécies em transe, nossos homens amor sem drama, entre tudo amei.   … Continuar lendo

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Lágrimas Ocultas

Lágrimas Ocultas Se me ponho a cismar em outras erasEm que rí e cantei, em que era querida,Parece-me que foi outras esferas,Parece-me que foi numa outra vida… E a minha triste boca doloridaQue dantes tinha o rir das primaveras,Esbate as … Continuar lendo

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A Canção do Africano

A Canção do Africano   Lá na úmida senzala,Sentado na estreita sala,Junto o braseiro, no chão,Entoa o escravo o seu canto,E ao cantar correm-lhe em prantoSaudades do seu torrão… De um lado, uma negra escravaOs olhos no filho crava,Que tem … Continuar lendo

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