Arquivo do mês: fevereiro 2007

TIRANA

TIRANA Castro Alves   "MINHA MARIA é bonita,Tão bonita assim não há;O beija-flor quando passaJulga ver o manacá. "Minha Maria é morena,Como as tardes de verão;Tem as tranças da palmeiraQuando sopra a viração. "Companheiros! o meu peitoEra um ninho sem … Continuar lendo

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Eu

Eu (Florbela Espanca)Eu sou a que no mundo anda perdida,Eu sou a que na vida não tem norte,Sou a irmã do Sonho, e desta sorteSou a crucificada… a dolorida… Sombra de névoa tênue e esvaecida,E que o destino amargo, triste … Continuar lendo

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Anseios

Anseios (Florbela Espanca)   Meu doido coração aonde vais,No teu imenso anseio de liberdade?Toma cautela com a realidade;Meu pobre coração olha que cais!Deixa-te estar quietinho! Não amaisA doce quietação da soledade?Tuas lindas quimeras irreais,Não valem o prazer duma saudade!Tu chamas … Continuar lendo

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MURMÚRIOS DA TARDE

MURMÚRIOS DA TARDE CASTRO ALVES   ONTEM à tarde, quando o sol morria,A natureza era um poema santo,De cada moita a escuridão saía,De cada gruta rebentava um canto,Ontem à tarde, quando o sol morria. Do céu azul na profundeza escuraBrilhava … Continuar lendo

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Vaidade

Vaidade (Florbela Espanca) Sonho que sou a Poetisa eleita,Aquela que diz tudo e tudo sabe,Que tem a inspiração pura e perfeita,Que reúne num verso a imensidade! Sonho que um verso meu tem claridadePara encher todo o mundo! E que deleitaMesmo … Continuar lendo

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FUMO

Fumo (Florbela Espanca) Longe de ti são ermos os caminhos,Longe de ti não há luar nem rosas,Longe de ti há noites silenciosas,Há dias sem calor, beirais sem ninhos! Meus olhos são dois velhos pobrezinhosPerdidos pelas noites invernosas…Abertos, sonham mãos cariciosas,Tuas … Continuar lendo

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O GONDOLEIRO DO AMOR

O GONDOLEIRO DO AMOR BARCAROLADAMA-NEGRA TEUS OLHOS são negros, negros,Como as noites sem luar…São ardentes, são profundos,Como o negrume do mar; Sobre o barco dos amores,Da vida boiando à flor,Douram teus olhos a fronteDo Gondoleiro do amor. Tua voz é … Continuar lendo

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A Minha Dor

A Minha Dor (Florbela Espanca) A minha Dor é um convento idealCheio de claustros, sombras, arcarias,Aonde a pedra em convulsões sombriasTem linhas dum requinte escultural. Os sinos têm dobres de agoniasAo gemer, comovidos, o seu mal…E todos têm sons de … Continuar lendo

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Os Versos Que Te Fiz

Os Versos Que Te Fiz (Florbela Espanca) Deixa dizer-te os lindos versos rarosQue a minha boca tem pra te dizer !São talhados em mármore de ParosCinzelados por mim pra te oferecer. Têm dolência de veludos caros,São como sedas pálidas a … Continuar lendo

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ODE AO DOUS DE JULHO

ODE AO DOUS DE JULHO (Recitada no Teatro de S. Paulo) ERA NO DOUS de julho. A pugna imensaTravara-se nos cerros da Bahia…O anjo da morte pálido cosiaUma vasta mortalha em Pirajá."Neste lençol tão largo, tão extenso,"Como um pedaço roto … Continuar lendo

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SONETURNO

SONETURNO   Em outro tempo eu lembrava, em nossas lides, das aventuras de moço, só libertos, temos na prosa a noção do tempo pouco, vagos instantes, selvagens tão somente em lutas desimportantes, justas para crescer semeando frases, flores em céu … Continuar lendo

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