Trabalhando com Poesia

“… Eu não sei o que o meu corpo abriga, nestas noites quentes de verão… E nem me importa que mil raios partam, qualquer sentido vago de razão… Eu ando tão down… Eu ando tão down… Outra vez vou te cantar, vou te gritar, te rebocar do bar… E as paredes do meu quarto vão assistir comigo, à versão nova de uma velha história. E quando o sol vier socar minha cara, com certeza você já foi embora… Eu ando tão down… Eu ando tão down… Outra vez vou me esquecer, pois nestas horas pega mal sofrer, da privada eu vou dar com a minha cara de panaca, pintada no espelho… E me lembrar, sorrindo, que o banheiro é a igreja de todos os bêbados… Eu ando tão down… Eu ando tão down… Eu ando tão down… down… down…” (Cazuza & Barão Vermelho – Down em mim – Comp.: Cazuza e Frejat)

 

“… Mais uma dose? É claro que eu estou a fim. A noite nunca tem fim, diz, por que que a gente é assim?… Agora fica comigo e vê se não desgruda de mim… Vê se ao menos me engole, mas não me mastiga assim… Canibais de nós mesmos, antes que a terra nos coma, cem gramas, sem dramas, por que que a gente é assim?… Mais uma dose? É claro que eu tô a fim. A noite nunca tem fim, Baby, por que a gente é assim?… Canibais de nós mesmos, antes que a terra nos coma, cem gramas, sem dramas, por que que a gente é assim?… Você tem exatamente, um segundo pra aprender a me amar… Você tem a vida inteira, baby, a vida inteira, pra me devorar… Pra me devorar!… Mais uma dose? É claro que eu estou a fim. A noite nunca tem fim, diz, por que que a gente é assim?… Agora fica comigo e vê se não desgruda de mim… Vê se ao menos me engole, mas não me mastiga assim… Canibais de nós mesmos, antes que a terra nos coma, cem gramas, sem dramas, por que que a gente é assim?… P or que que a gente é assim?…” (Cazuza & Barão Vermelho – Por que que a gente é assim? – Comp.: Cazuza / Roberto Frejat / Ezequiel Neves)

 

  

“… Pode seguir a tua estrela, o teu brinquedo de “star”, fantasiando um segredo, no ponto a onde quer chegar… O teu futuro é duvidoso, eu vejo grana, eu vejo dor. No paraíso perigoso, que a palma da tua mão mostrou… Quem vem com tudo não cansa, Bete balança, meu amor, me avise quando for a hora… Não ligue pr’essas caras tristes, fingindo que a gente não existe… Sentadas, são tão engraçadas, dona das suas salas… Pode seguir a tua estrela, o teu brinquedo de “star”, fantasiando um segredo, no ponto a onde quer chegar… O teu futuro é duvidoso, eu vejo grana, eu vejo dor. No paraíso perigoso, que a palma da tua mão mostrou… Quem vem com tudo não cansa, Bete balança, meu amor, me avise quando for a hora… Quem tem um sonho não dança, Bete Balanço, por favor! Me avise quando for embora…(Cazuza & Barão Vermelho – Bete Balanço – Comp.: Cazuza e Frejat)


 

 

 

“Não seja impaciente! Não tenha pressa em chegar ao fim. Deixe que o tempo amadureça os frutos, de um modo que possa colhê-los amadurecidos. Caminhe com segurança e constância, porque tudo nos chegará na hora exata e mais oportuna. Os frutos amadurecidos à força não são tão saborosos quanto os que amadurecem naturalmente. Saiba esperar com paciência e não desanime.” (Minutos de Sabedoria Pg. 236)

 

Boa noite pessoal,

 

Em nossa sugestão de leitura para o “Trabalhando com Poesia” desta quarta feira textos do site do Leonardo Sakamoto e Carta Capital. Vale a pena conferir:

 

Por que você me bloqueou? Por Leonardo Sakamoto – Sou abordado por um rapaz que, sem me pagar um sushi ou ao menos dar bom dia, partiu para cima. Em voz alta, lançou um “Por que você me bloqueou?” Por um instante fitei seus olhos para tentar lembrar se era um conhecido ou colega antigo, daqueles que a gente não vê há tanto, mas tanto tempo que, nas épocas de enxugar amizades nas redes sociais, você dá como morto ou desaparecido. Mas não, nunca havia visto o semovente em questão. Vendo minha cara de surpresa, ele ficou indignado. Afinal, segundo seu depoimento, ele era minha cruz, o meu carrasco, meu pior pesadelo, a pessoa que apontava o dedo desmascarando meus engodos e mentiras, aquele que nasceu com o objetivo de fazer justiça aos humanos, lançando-me ao inferno da vergonha (nessa última, eu exagerei, mas acho que a licença poética é válida). Era, portanto, impossível que não o conhecesse…

http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2016/07/31/por-que-voce-me-bloqueou/

 

Por que o Brasil não quer ouvir o que os indígenas têm a dizer? – Por Piero Locatelli – Três anos antes da inauguração de uma usina hidrelétrica no rio Teles Pires, na divisa entre o Pará e o Mato Grosso, indígenas que moram no local já avisavam: a obra destruiria grande parte dos peixes da região. O alerta dos povos Kayabi, Apiacá e Munduruku foi ignorado e, antes ainda de a usina ser inaugurada, peixes já foram encontrados mortos devido à falta de oxigênio dentro da água e outras centenas foram triturados pelas turbinas da hidrelétrica. Diante disso, o Ministério Público Federal entrou com ações judiciais, e o Ibama aplicou multas à usina. Mas, para os indígenas, já era tarde: o peixe é elemento básico da sua alimentação. O erro cometido em Teles Pires é um clássico no histórico da construção de empreendimentos no Brasil: obras planejadas à revelia das populações locais, ignorando seus conhecimentos tradicionais, suas necessidades e direitos. Agora, um movimento começa a tomar forma para que, finalmente, esse padrão possa ser corrigido. Indígenas e comunidades tradicionais pressionam para que o governo os consulte antes de aprovar obras que vão mudar para sempre as suas vidas e o local onde vivem…

http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2016/08/01/por-que-o-brasil-nao-quer-ouvir-o-que-os-indigenas-tem-a-dizer/

Governo vai fazer bancas para definir quem é negro. Por Leonardo Sakamoto – O governo federal decidiu que candidatos que se autodeclararem negros terão que ser submetidos a uma comissão para verificar a sua aparência a fim de evitar fraudes em concursos públicos que preveem cotas. O Ministério do Planejamento e Gestão publicou, nesta terça (2), instrução normativa nesse sentido. Uma banca. Para dizer se uma pessoa é negra ou não. A autodeclaração tem suas falhas, mas ainda não há nada melhor para que pessoas afirmem quem são ou a qual grupo pertencem. Qual legitimidade tem uma comissão constituída pelo poder vigente para dizer o contrário?…

 

http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2016/08/02/governo-vai-fazer-bancas-para-definir-quem-e-negro/

O porto inseguro. O espantoso enredo de uma batalha judiciária que envolve Temer, Cunha e o PMDB e vale mais de 2 bilhões de reais. Por Marcelo Camargo – O cordato chefe da Casa Civil do governo provisório, Eliseu Padilha, ficou aborrecido ao ler os jornais no sábado 4 de junho. O Porto de Santos escolhera uma banca advocatícia próxima do PMDB para representá-lo em uma tentativa de encerrar fora dos tribunais um antigo e bilionário litígio com uma empresa privada, dizia uma reportagem. O dono do escritório, Nelson Wilians, já teria participado de jantares oferecidos no Palácio do Jaburu por Michel Temer, hoje presidente interino, e feito parcerias com o advogado Robinson Padilha, um dos seis filhos de Eliseu…

http://www.cartacapital.com.br/revista/912/o-porto-inseguro

 

Pokémon e o sequestro do desejo. Novo jogo escancara: na vida urbana mediada pelo celular, as corporações definem o que nos falta e nos vendem a reconfortante ilusão de que decidimos, por Alfie Bown – Este artigo tem um título clickbaity mas aponta uma questão simples e preocupante. Em 2010, o Google lançou aquilo que é hoje uma subsidiária muito importante, a Niantic Inc. A mega-empresa lança muitas filiais por ano e adquire outras, não há nada de especial nisso. A questão é: o caso da Niantic mostra que há mais do que desejo de poder econômico nesta expansão. Seis anos depois de nascer, a Niantic chega às manchetes com o lançamento de seu maior jogo, o Pokémon Go. O público finalmente volta os olhos à empresa…

 

http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/pokemon-e-o-sequestro-do-desejo

Veja a versão desta quarta feira, bem como as anteriores, do “Trabalhando com Poesia”, no nosso blog “Espaço de Sobrevivência”. Nele você pode acessar links dos principais sites institucionais e de informações para seu uso. Visite, comente, indique:

https://oipa2.wordpress.com/2016/08/03/trabalhando-com-poesia-774

Abraços nos amigos beijos nas amigas e nos filhos, com os desejos de muito axé, energias positivas e que a vida e a paz possam sempre reinar em nossos corações e na nossa rotina.  Uma quarta-feira abençoada por Deus e repleta da força da rainha dos ventos e trovões. Eparrey Oyá.

 

Apio Vinagre Nascimento

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Amanhecer – Guimarães Rosa

 

Floresce, na orilha da campina,
esguio ipê
de copa metálica e esterlina.

Das mil corolas,
saem vespas,abelhas e besouros,
polvilhados de ouro,
a enxamear no leste,onde vão pousando
nas piritas que piscam nas ladeiras,
e no riso das acácias amarelas.

Dos charcos frios
sobem a caçá-los redes longas,
lentas e rasgadas de neblina.
Nuvens deslizam,despetaladas,
e altas, altas,
garças brancas planam.

Dançam fadas alvas,
cantam almas aladas,
na taça ampla,
na prata lavada,
na jarra clara da manhã…

 

 

O Sono das Águas – Guimarães Rosa

Há uma hora certa,
no meio da noite, uma hora morta,
em que a água dorme.

Todas as águas dormem:
no rio, na lagoa,
no açude, no brejão, nos olhos d’água,
nos grotões fundos
E quem ficar acordado,
na barranca, a noite inteira,
há de ouvir a cachoeira
parar a queda e o choro,
que a água foi dormir…

Águas claras, barrentas, sonolentas,
todas vão cochilar.
Dormem gotas, caudais, seivas das plantas,
fios brancos, torrentes.
O orvalho sonha
nas placas da folhagem
e adormece.
Até a água fervida,
nos copos de cabeceira dos agonizantes…

Mas nem todas dormem, nessa hora
de torpor líquido e inocente.
Muitos hão de estar vigiando,
e chorando, a noite toda,
porque a água dos olhos
nunca tem sono…

 

Águas da Serra – Guimarães Rosa

Águas que correm,
claras,
do escuro dos morros,
cantando nas pedras a canção do mais-adiante,
vivendo no lodo a verdade do sempre-descendo…
Águas soltas entre os dedos da montanha,
noite e dia,
na fluência eterna do ímpeto da vida…
Qual terá sido a hora da vossa fuga,
quando as formas e as vidas se desprenderam
das mãos de Deus,
talvez enquanto o próprio Deus dormia?…
E então, do semi-sono dos paraísos perfeitos,
os diques se romperam,
forças livres rolaram,
e veio a ânsia que redobra ao se fartar,
e os pensamentos que ninguém pode deter,
e novos amores em buscas de caminhos,
e as águas e as lágrimas sempre correndo,
e Deus talvez ainda dormindo,
e a lua a avançar, sempre mais longe,
nos milênios de treva do sem-fim…

 

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